O PARAQUEDISMO BRASILEIRO NUMA ENCRUZILHADA

Depois de uma gestão muito bem sucedida pelo Jota Derviche na presidência da Confederação Brasileira de Pára-quedismo, com grandes ganhos de qualidade principalmente na área de segurança quando os programas implantados pelo CIS levaram os índices de acidentes fatais à zero, nos últimos dois anos o paraquedismo brasileiro se deparou com uma escalada assustadora nas estatísticas de acidentes fatais.

Para reverter este processo é preciso criar uma mentalidade coletiva de segurança, a qual é desenvolvida por meio de uma estratégia de longo-prazo que chamo de “trabalho de formiguinha” ou “tête-à-tête”. Não existe solução imediata ou fórmula mágica. É preciso sair em campo e doutrinar. Ou como diz Guy Kawasaki no seu livro “The Art of Evangelizing”, tem que evangelizar, no sentido de fazer a cabeça.

Veja, numa família onde todos são glutões e obesos, a possibilidade de um mais um membro da família engordar é maior do que numa família na qual todos praticam esportes e se alimentam de forma saudável. No paraquedismo também é assim: se numa área, time ou escola existe uma filosofia de respeito ao esporte e às Normas, as chances de acontecerem acidentes são menores do que num grupo de “lenheiros”.

Jim Collins no seu livro “Good or Great” afirma que não existem excelentes escolas porque existem boas escolas, não existem excelentes times de futebol porque existem bons times de futebol e não existem excelentes empresas porque existem boas empresas. O que ele quer dizer com isto é que quando nós estabelecemos um baixo critério de aceitação da qualidade ou no nosso caso, da segurança, nunca atingiremos a excelência. Para haver segurança, a tolerância tem que ser zero.

O paraquedismo brasileiro como um todo precisa funcionar dentro desta mentalidade de segurança. A educação deve começar o mais cedo possível, antes que o paraquedista novato comece a acreditar que o esporte é seguro demais. Excesso de confiança, falta de conhecimento e falta de iniciativa resultam em acidentes. A prevenção é a melhor forma de evitar acidentes.

Diante da “encruzilhada” que abre um leque de vários possíveis caminhos na direção do objetivo de diminuir os acidentes e zerar novamente os acidentes fatais, nós já sabemos qual deve ser seguido, basta haver vontade. O caminho já foi trilhado anteriormente e nos conduziu ao objetivo: Instrução padronizada, treinamento, educação, cursos.

Que o bom senso prevaleça, que a segurança volte a ser prioridade e que o índice anual de acidentes fatais volte a ser zerado.

1 comentário Adicione o seu

  1. Jurcelino Martins Maciel(CBP 1230) disse:

    Hje com essa técnica do Aff, que aparentemente dizem ser mais segura , em partes eu até concordo,em se tratando dos equipamentos, paraquedas apropriado pra alunos, com dispositivos automáticos pra abertura do reserva (DAA) . O que eu discordo é a precocidade que é formado um aluno, que se não me falha a memória são 08 hrs aula, muito pouco tempo para fixar na memória de uma pessoa todos os connhecimentos a ela transmitidos,
    O esporte pra muitos ficou banalizado, estão fazendo apenas visando $ e segurança que é fundamental neca…vc pagou tá liberado….

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