Gestão de Segurança no Paraquedismo

O artigo abaixo é longo e eu não tenho expectativa que você o leia por inteiro, a não ser que você tenha muito interesse em saber como um Comitê de Segurança deve funcionar. Meu objetivo é colaborar para a formação de uma mentalidade coletiva de segurança e deixar registrada uma proposta.

O plano de metas que apresento abaixo foi baseado no programa de gestão da equipe que esteve na direção do CIS anteriormente, desde a sua fundação em 2007. O grande feito daquela gestão foi se propor a zerar os acidentes fatais que haviam atingido a assustadora marca de 8 em um ano anterior à criação do CIS. Dois anos após o término da nossa gestão, como efeito residual de uma exaustiva jornada, o objetivo foi atingido e os acidentes zeraram em 2014.

Este plano de metas foi recentemente apresentado ao Comitê de Instrução e Segurança da CBPq  e foi muito bem recebido.

No anexo encontram-se alguns exemplos do detalhamento de algumas das metas estabelecidas.

PLANO DE METAS PARA O CIS

Apresentamos a seguir nossa sugestão de um plano de metas para o CIS. Todas as metas necessitam de prazos, cronogramas, recursos e equipes de trabalho. No anexo apresentamos alguns exemplos de detalhamento das metas.

MISSÃO

Zelar pela Segurança no Paraquedismo em todos os Níveis e Garantir a Melhoria Continua do Quadro de Instrutores e dos Padrões de Instrução.

OBJETIVOS

Diminuir ano-a-ano o número de acidentes fatais no esporte até atingir a “meta de zero acidentes” e mantê-la por três anos seguidos.

Criar uma mentalidade coletiva de segurança no esporte por meio da educação, realização de cursos, simpósios, padronizações, prevenção e normatização

1-       PEPA

O Programa de Estudo e Prevenção de Acidentes, tem por objetivo registrar, estudar, detectar tendências e divulgar procedimentos para evitar os acidentes.

META 1: Todas as ocorrências devem ser comunicadas, analisadas pelo PEPA e registradas e divulgadas.

2-      SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA

A implementação de um Sistema de Gestão da Segurança sistematiza os processos que tornam as atividades de salto mais seguras, incorporando a segurança na cultura e nos objetivos dos clubes e escolas.

Escolas com SGS implantados e que passem na inspeção do CIS recebem o selo de certificação da CBPq.

META 2: Todas as escolas e clubes que prestam serviços devem implementar um sistema de gestão da segurança.

3-      MORALIZAÇÃO E DISCIPLINA

Moralização significa disciplina, zelo e exigência no cumprimento das Normas de Segurança do Código Esportivo por parte das Escolas, Clubes, atletas e profissionais.

META 3: Escolas, profissionais e atletas que não cumprem as normas devem ser julgados pelo órgão judicante competente.

4-      CURSO DE MONITOR

O Curso de Monitor tem por objetivo formar agentes multiplicadores da segurança antes que eles percam o respeito pelos riscos do esporte e que comecem a adquirir vícios de segurança (categoria B – 50 saltos). O monitor não salta com alunos.

O Curso de Monitor seguido de um estágio numa escola são exigências para o Curso de Treinador nível 1 (150). As prerrogativas do Treinador nível 1 são menores que a do Treinador BBF (Treinador nível 2 – categoria C 250 saltos).

O curso de monitor é um veículo de formação de uma nova mentalidade de paraquedismo e deve ser levado a todos os cantos do brasil.

META 4: Implantar o curso de formação de monitores.

5-      STJD

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva é um órgão de atuação independente e é uma exigência da Lei 9.615/98, cuja criação e instalação foi de fundamental importância para o CIS poder desempenhar  o seu papel com isenção e dentro da Lei.

META 5: Apoiar o STJD com todos os recursos necessários para que ele possa operar normalmente e punir legalmente quem não cumpre as normas.

6-      CIS EM CAMPO

Mais de trinta (30) áreas de salto foram visitadas em todo o Brasil desde a criação do CIS durante a gestão anterior. O contato direto do CIS com as áreas e seus dirigentes ajuda a formar a mentalidade coletiva de segurança.

META 6: Continuar a visitar as áreas, fazendo vistorias, certificações e transferindo conhecimentos, métodos e doutrinas. (O curso de monitor é uma alternativa para viabilizar esta meta.)

7-      NORMAS

Todos os anos o CIS estuda e adapta as Normas à realidade de forma a tornar o paraquedismo mais seguro.

Sugerimos um canal no site, aberto durante o ano todo para os instrutores enviarem propostas.

META 7: Divulgar o canal de sugestões de alterações nas normas e incentivar novas propostas. Uma comissão deverá ser montada para estudar as  propostas de alterações no código esportivo que depois serão apresentadas a Assembleia Geral. (Para colocar em prática este plano, se faz necessário realizar uma Assembleia Geral Extraordinária com urgência.)

O CE precisa de uma reforma completa para se tornar mais fácil de usado.

8-      MATERIAL DE ENSINO PADRONIZADO PELO CIS

Desenvolver um kit de material de ensino padrão que será distribuído (vendido) à todas as escolas do Brasil.

META 8: Apostila padrão, manual padrão do instrutor, caderneta de saltos, check lists.

9-      REGULAMENTAÇÃO DOS CURSOS DE FREE FLY, WING SUIT E DE CONTROLE DE VELAME

Trabalhando em conjunto com o Comitê de Pilotagem de Velames e os instrutores atuantes, o CIS deve criar o programa padrão para os Cursos de Segurança na Navegação e no Pouso.

META 9: O coach de Free Fly, Wing Suit e de Controle de Velame deverá possuir o curso de Treinador e padronização dos cursos de segurança na navegação.

10-   CREDENCIAMENTO DE TREINADORES DE WS, FF e VELAME

META 10: Regulamentar o credenciamento dos treinadores de wing suit, free fly e dos coachs de cursos de velame.

11-   BOITUVA

Implantar o núcleo de segurança precedido de uma ação de choque em Boituva.

Com a implantação do Núcleo de Segurança, Boituva será um exemplo a ser seguido por todas as áreas do Brasil.

META 11: Implantar definitivamente o núcleo de segurança de Boituva.

12-   DIA DA SEGURANÇA

Todos os anos, desde 2007, o CIS realiza no Brasil o “Dia da Segurança”.

Em 2012 o tema foi Segurança na Navegação e Pouso, com extenso material didático distribuído por e-mail e pelo site da CBPq. Em 2017, nossa sugestão é o tema PEPA e o SGS.

META 12: Continuar a divulgar o dia da segurança anualmente com um tema diferente e buscar a participação de todas as escolas e clubes do brasil.

13-   PADRONIZAÇÃO DOS CURSOS DE TREINADOR E INSTRUTOR

META 13: Padronizar o trabalho dos examinadores.

Os Responsáveis Técnicos pelas Atividades são a chave para operações de salto mais seguras. Todas as atividades de salto devem ter um RTA treinado pelo CIS que zele pelo cumprimento das Normas de Segurança.

14-   TREINAMENTO DE RTAS

META 14: Parceria com as federações para indicar e treinar os RTAs.

15-   MATERIAL PROMOCIONAL

Produção de banners com Normas Básicas de Segurança, de Tráfego, de embarque e os 10 Mandamentos do Salto Seguro para serem distribuídos em todas as áreas de salto do Brasil.

META 15: Produzir material promocional.

16-   MUDANÇA DE CATEGORIA

META 16 – A mudança de categoria está banalizada. Sugiro rever os requisitos e criar provas de mudança de categoria para todas elas.

Além disto, é importante cobrar das escolas o preenchimento da folha de mudança de categoria A.

17-   SIMPÓSIOS BI-ANUAIS PARA INSTRUTORES, TREINADORES E TANDEM PILOTS

META 17 – Realização de Simpósios obrigatórios bianuais nas cinco regiões mais Boituva e RJ, para padronização de instrutores, TPs e Treinadores.

18-   CONTINUIDADE DOS PROGRAMAS DO CIS

META 18 – O CIS precisa ter continuidade. As chapas tem que ter pelo menos um examinador e o Chefe do CIS atual deve ficar como chefe pelo menos mais um ano para garantir a transição.

 

ANEXOS: Exemplos reais de detalhamentos das metas previstas no plano acima tirados do plano de metas da gestão anterior do CIS.

Anexo 1 – Exemplo de Programa de Estudos e Prevenção de Acidentes (PEPA)

Responsável: Nilton Cícero Alves

Participação Direta: Todos os demais Comitês e Federações

Participação Indireta: Todos que tenham alguma ligação com o paraquedismo

Objetivo: Diminuir ano a ano o número de acidentes fatais no esporte até atingir a “meta de zero acidentes” e mantê-la por três anos seguidos.

Prazo: Atividade contínua.

 

  1. Introdução

Uma regra básica para se entrar em qualquer conflito é conhecer seu inimigo. Os acidentes no nosso esporte tem tirado amigos do nosso convívio e não temos uma base de dados que nos permita dizer que cumprimos com essa regra.

Hoje, os fatores contribuintes para um determinado acidente podem, facilmente, estar presentes em outro mais adiante e não temos o menor controle disso, pois nos falta a cultura da “Prevenção”. Ao tomar conhecimento de um acidente, perguntamos logo: De quem foi a culpa? Vai ser punido?

É verdade que alguns desses inimigos são bem conhecidos, e aí passamos para o erro oposto. De tão conhecidos, de tanto vermos esses inimigos “zanzando” por aí, nos acostumamos e não os enxergamos mais como inimigos. Convivemos com eles até que nos levam outro amigo em outro acidente. Assim é, por exemplo, o problema do tráfego. Quantas colisões de velames ainda serão necessárias até que tomemos as medidas necessárias para separar os tráfegos para pouso normal e pousos de alta performance?

O que fazer, então, para identificar nossos inimigos e dar a eles o tratamento apropriado?

 

  1. Itens de Ação
  • Estabelecimento de um Meio Oficial de Contato

O boca a boca é um ótimo meio de divulgação, porém, sua eficiência é limitada quando se trata de algo completamente novo. O PEPA não precisa apenas de divulgação. É preciso que as pessoas entendam os conceitos envolvidos, assim, o boca a boca não é suficiente.

Além disso, temos que nos preocupar em dar ferramentas para aqueles que queriam ajudar. Hoje, um atleta um pouco mais consciente, que passe pela situação de ter que acionar o seu reserva, e queira fazer o certo, tem dificuldades em encaminhar a FIAR – Ficha Informativa de Acionamento de Reserva, pois não há na página da CBPq um endereço para onde esse atleta possa enviá-la.

Dessa forma, a proposta é, até que o preenchimento on line esteja implementado (outra ação que será apresentada mais adiante), termos um endereço eletrônico apropriado para receber este e outros documentos de interesse do CIS. Tal endereço seria utilizado, ainda, para sanar dúvidas dos atletas relativas aos conceitos empregados na Segurança, preenchimento da FIAR, RELPREV e Relatórios de Investigação de Acidentes.

2.1.1.      Ação – Criar um endereço de e-mail pepa@cbpq.org.br e divulgá-lo na página da CBPq como canal de comunicação entre os atletas e o CIS para o trato de assuntos relacionados com à Investigação e Prevenção de Acidentes.

2.1.2.      Responsável – Calleia

2.1.3.      Prazo – Imediato

 

  • Divulgação do Programa aos demais Comitês

Encaminhar aos Chefes dos demais Comitês Técnicos da CBPq o PEPA para que tomem conhecimento do Programa, bem como de suas responsabilidades dentro do mesmo.

2.2.1.      Ação – Encaminhar o PEPA aos Chefes dos demais Comitês Técnicos da CBPq

2.2.2.      Responsável – Nilton

2.2.3.      Prazo – Imediato

 

  • Elaborar Campanha de Divulgação do PEPA para os Atletas

Preparar material de orientação e encaminhá-lo às Federações, Clubes e Escolas para que o Programa seja divulgado aos atletas, passando a contar com a colaboração de todos. Tal material será composto por breves apresentações dos conceitos envolvidos na Prevenção e das ferramentas existentes para o trabalho a ser realizado. Serão encaminhados, ainda, modelos de FIAR e RELPREV – Relatório de Prevenção, acompanhados das orientações ao preenchimento de cada um desses modelos.

2.3.1.      Ação – Preparar o material para divulgação e encaminhá-lo às Federações, Clubes e Escolas.

2.3.2.      Responsáveis – Nilton (Preparo do Material) e Pitty (Encaminhamento)

2.3.3.      Prazo – Até a Próxima AGE

 

  • Disponibilizar FIAR e RELPREV para Preenchimento on line

Como forma de facilitar o trabalho daqueles que se dispõe a colaborar com a Prevenção de Acidentes, implementar e disponibilizar uma ferramenta para o preenchimento on line da FIAR e do RELPREV, que, após preenchidos serão armazenados em um banco de dados do CIS. Seguem, à título de exemplo, dois links para preenchimento de RELPREV disponibilizados pelo CENIPA – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas e pelo DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo, respectivamente:

http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/paginas/envio_relprev.php; e

http://www.decea.gov.br/relprev/relatorio.php.

A idéia é que, ao ser preenchido qualquer dos formulários, um e-mail de aviso seja encaminhado ao responsável pelo PEPA, informando essa nova entrada de dados.

2.4.1.      Ação – Implementar o preenchimento on line da FIAR e RELPREV

2.4.2.      Responsáveis

  1. Calleia – Preparação e inserção na página da CBPq dos formulários para preenchimento on line e preparação do BD para abrigar os formulários preenchidos; e
  2. Nilton – Assessoria no que se refere aos modelos

2.4.3.      Prazo – Até a Próxima AGE

 

  1. Itens de Ação Conjunta com os Demais Comitês da CBPq e Subcomitês do CIS
  • Subcomitês do CIS

O trabalho de cada um desses Subcomitês no PEPA será feita de forma interativa, com a participação do responsável pelo PEPA em cada um desses Subcomitês, buscando identificar, em cada um desses Programas, pontos onde um trabalho conjunto seja aplicável.

À título de exemplo segue um extrato do Programa de Segurança na Navegação e Pouso onde o responsável por aquele Subcomitê identificou a necessidade de trabalho conjunto com o PEPA.

 

Justificativa – 2:

Outro ponto que tem colaborado com o aumento das situações de risco é o crescimento das áreas de saltos com o aumento dos velames no céu e a “profissionalização” do esporte que passou a ser também um negócio e os instrutores tem tido menos tempo para ficar observando o que acontece durante a navegação e pouso.

Precisamos de um trabalho em conjunto com o PEPA.

 

Proposta de Ação – 2:

Propomos duas atitudes a serem tomadas:

Emitir um comunicado a todas as áreas de salto orientando que sejam divididos os locais de pouso de velames de alta performance e os de média e baixa bem como definir o SENTIDO e DIREÇÃO do pouso OBRIGATÓRIO em todas as decolagens visando diminuir as situações de risco e cruzamentos no pouso. Os RTAs tem autonomia para criar isto em suas áreas, pois estes conhecem mais as características locais, mas podem também solicitar a opinião deste comitê. Solicitaremos que o RTA envie para o CIS uma foto aérea do local de pouso com as devidas divisões.

Orientar que cada RTA nomeie um (ou mais) auxiliar para que fique na função de “olheiro” durante as navegações. Nas áreas menores geralmente o RTA é um instrutor atuante que estará constantemente dando atenção a alunos e saltando, desta forma não tem condições de ficar observando as navegações. Nas áreas grandes com diversos lançamentos os RTAs também tem dificuldade de observar as navegações e pouso devido a quantidade de lançamentos e também a outras atividades que este executa. Logo este(s) auxiliar(es) observariam as situações de risco bem como poderiam ouvir opiniões daqueles que acabaram de pousar para então reportar ao RTA que tomaria a atitude necessária.

Também precisaremos do trabalho do PEPA, que poderá nos passar as situações de risco e acidentes relatados para procurar possíveis falhas e pontos que podem ser melhorados nas áreas de saltos.

 

  • CEM

Foi estabelecida, e hoje é parte do CE (§ 1º do Art. 96), a obrigatoriedade de preenchimento de uma FIAR por todo atleta que venha a acionar o paraquedas reserva, porém, tal determinação não vem sendo respeitada pela absoluta maioria dos atletas.

Uma forma de se cobrar o cumprimento do disposto no CE é a orientação aos recertificadores, daí a necessidade de apoio do CEM, para que não executem a dobragem de reserva que tenha sido comandado em queda, sem que o atleta comprove o envio da FIAR.

Existem inúmeras maneiras de se fazer isso. Uma delas pode ser a inclusão na FIAR de um campo para o S/N do paraquedas reserva. Ao receber para recertificação um equipamento cujo reserva tenha sido acionado em queda, o rigger encaminha ao responsável pelo PEPA o S/N do paraquedas reserva e aguarda o sinal verde do CIS para a recertificação. Após receber a FIAR, o equipamento é liberado (via e-mail para o rigger que solicitou a liberação) para dobragem. Outra, pode ser solicitar que após o preenchimento on line da FIAR, seja disponibilizado um comando “imprimir” para que o atleta tenha em suas mãos, em tempo real, um comprovante do preenchimento, de forma a não retardar a recertificação de seu equipamento.

  • CPV

A busca por melhores performances tem feito os atletas das competições de PV carregar seus velames acima do estipulado pelos fabricantes. A proposta, a ser analisada pelo CPV, é limitar a Carga Alar ao máximo definido nas Ordens Técnicas de cada fabricante e, a partir daí, deixar que o piloto faça a diferença.

Além da sugestão acima, espera-se a parceria do CPV incluindo (ou reforçando) no briefing de segurança de todo evento de PV, uma breve explanação a respeito do PEPA e dos formulários à disposição (FIAR e RELPREV). Essa explanação deverá discorrer a respeito do objetivo de cada relatório, das formas de acesso para preenchimento/encaminhamento e, principalmente, dos benefícios que trarão ao esporte.

O trabalho conjunto do Subcomitê de Segurança na Navegação e Pouso com o CPV por meio da participação de integrantes daquele Comitê como membros convidados no Subcomitê certamente será muito positivo para o incremento da segurança e o responsável pelo PEPA também participará desse grupo.

  • Demais Comitês da CBPq

Assim como do CPV, espera-se também a parceria dos demais Comitês (Formação em Queda Livre, Paraquedismo Clássico, Eventos Artísticos, Desenvolvimento Técnico & Outras Modalidades e Arbitragem) com o PEPA. Tal parceria, a exemplo daquela com o CPV, se dará por meio da inclusão (ou reforço) no briefing de segurança de cada evento, de uma breve explanação a respeito do PEPA e dos formulários à disposição (FIAR e RELPREV). Essa explanação deverá discorrer a respeito do objetivo de cada relatório, das formas de acesso para preenchimento/encaminhamento e, principalmente, dos benefícios que trarão ao esporte.

Além disso, espera-se que cada Comitê interaja com o responsável pelo PEPA de forma a se ampliar o conhecimento mútuo em prol da segurança.

 

  1. Delegação de Responsabilidades

Considerando as dimensões territoriais do nosso país e o volume de trabalho, é impraticável que o CIS trate diretamente de todas as ocorrências envolvendo a investigação de acidentes. Assim, a proposta é que seja formalmente delegada às Federações, na pessoa de seus Diretores Técnicos, a responsabilidade pela investigação dos acidentes ocorridos em seus respectivos estados. Tal atribuição não significa que o DT irá, ele próprio, realizar a investigação, mas que será o responsável por indicar quem irá executar essa tarefa, ficando encarregado de dar fluência e cobrar a conclusão do trabalho.

Para essa delegação será necessária a intervenção do Chefe do CIS ou mesmo da Presidência da CBPq. Há, ainda, a necessidade de inclusão dessa atribuição dos DT das Federações na legislação pertinente (CE ou Estatuto da CBPq).

 

  1. Apoio ao PEPA

Para se levar a bom termo este Programa, será necessário o apoio de outros membros da CBPq à saber:

  • Apoio do webmaster na disponibilização de endereço eletrônico institucional para trato de assuntos do CIS/PEPA.
  • Apoio do webmaster na elaboração e disponibilização dos modelos de FIAR e RELPREV para preenchimento on line;
  • Apoio de secretaria na divulgação de material para as Federações, Clubes e Escolas;
  • Apoio do responsável pelo Cadastramento no fornecimento de dados que facilitem o contato da secretaria com as Federações, Clubes e Escolas; e
  • Apoio do CIS e Presidência da CBPq no sentido se cobrar a indicação e efetiva presença de um RTA em toda atividade de lançamento, de forma a termos um ponto de contato para o trato de assuntos referentes à segurança na atividade.

 

  1. Modo de operação

Como ponto de partida, não há previsão de reuniões formais, ficando a troca de informações via e-mail como modus operandi do PEPA. Caso essa metodologia se mostre insatisfatória, alterações serão propostas aos participantes.

O Programa de Segurança na Navegação e Pouso apresenta o uso da página da CBPq como canal para comunicação de situações de risco na navegação e pouso. O PEPA reforça tal sugestão e acrescenta que toda situação de risco deve ser comunicada via RELPREV.

Como conclusão, temos que lembrar que este Programa, apesar de possuir algumas ações de implementação com prazo definido, deve ser visto como algo contínuo. Uma vez implantado, as ações de manutenção do nível de segurança serão estabelecidas de acordo com o cenário que se apresente, com o foco sendo colocado em áreas específicas.

A data de realização da próxima AGE foi estipulada como prazo para as ações de implementação como forma de aproveitar aquela reunião para divulgação do PEPA às Federações.

Boituva, 23 de julho de 2011

Nilton Cícero Alves

 

CONCEITUAÇÕES

 

  1. ACIDENTE EM PÁRA-QUEDISMO: Toda anormalidade envolvendo pára-quedista em atividade de salto, ocorrida no período compreendido entre seu embarque na aeronave com a intenção de realizar um salto de pára-quedas e o momento em que esteja de volta ao solo e com seu pára-quedas recolhido e, durante o qual, pelo menos uma das situações abaixo ocorra:
    1. o pára-quedista sofra lesão grave ou morra;
    2. qualquer pessoa sofra lesão grave ou morra como resultado de contato direto com o pára-quedista ou partes de seu equipamento; e
    3. o equipamento sofra dano ou falha estrutural que afete adversamente a resistência estrutural, o seu desempenho ou as suas características de vôo;

Nota:

  1. As lesões que resultem em fatalidade até 30 dias da data da ocorrência são consideradas lesões fatais.
  2. Não serão classificadas como Acidente em Pára-quedismo as ocorrências nas quais as lesões tenham sido auto ou por terceiros infligidas, ou resultem de causas naturais.

 

  1. DIVULGAÇÃO OPERACIONAL (DIVOP): Expediente utilizado para a divulgação de assunto de interesse da prevenção de Acidentes em Pára-quedismo. Pode ser apresentado em formulários característicos de cada federação, área de salto ou escola.

 

  1. ELEVADO POTENCIAL DE PERIGO: Circunstância que se caracteriza pela alta probabilidade de provocar ou contribuir para a ocorrência de um Acidente em Pára-quedismo.

 

  1. ELEVADO POTENCIAL DE RECORRÊNCIA: Circunstância que provocou ou contribuiu para a ocorrência de um Acidente ou Incidente em Pára-quedismo e que, pelas suas características, tem grande probabilidade de se repetir.

 

  1. FATOR CONTRIBUINTE: Condição (ato, fato, ou combinação deles) que, aliada a outras, em seqüência ou como conseqüência, conduz à ocorrência de um Acidente ou Incidente em Pára-quedismo, ou que contribui para o agravamento de suas conseqüências.

Os fatores contribuintes classificam-se dentro das três áreas de abordagem da Segurança – Fator Humano, Fator material e Fator Operacional.

 

  1. FATOR HUMANO (FH): Área de abordagem da Segurança que se refere ao complexo biológico do ser humano, nos seus aspectos fisiológico e psicológico.
    1. Aspecto Fisiológico – é a participação de variáveis físicas ou fisiológicas no desempenho da pessoa envolvida.
    2. Aspecto Psicológico – é a participação de variáveis psicológicas individuais, psicossociais ou organizacionais no desempenho da pessoa envolvida.

 

  1. FATOR MATERIAL (FM): Área de abordagem da Segurança que se refere ao equipamento, incluindo seus componentes, nos seus aspectos de projeto, de fabricação e de manuseio do material.
    1. Deficiência de projeto – participação do projeto do equipamento ou componente, por inadequação no estabelecimento do material, dos controles ou dos parâmetros de operação ou de manutenção preventiva.
    2. Deficiência de fabricação – participação do processo de fabricação, por deficiência na montagem ou no material empregado.
    3. Deficiente manuseio do material – participação do material em questão, devido à falha prematura decorrente de manuseio, estocagem ou utilização sob condições inadequadas, provocando alterações no seu comportamento previsto em projeto.

 

  1. FATOR OPERACIONAL (FO): Área de abordagem da Segurança que se refere ao desempenho do ser humano nas atividades relacionadas com o salto, bem como às condições ambiente interferindo nesse desempenho.
    1. Condições meteorológicas adversas – participação de fenômenos meteorológicos, interferindo na atividade de salto e conduzindo-a a circunstâncias anormais.
    2. Deficiente infra-estrutura – participação de serviços de infra-estrutura, incluindo as condições físicas e operacionais da área de pouso.
    3. Deficiente instrução – participação do processo de treinamento recebido, por deficiência quantitativa ou qualitativa, não atribuindo ao instruendo a plenitude dos conhecimentos e demais condições técnicas necessárias para o desempenho da atividade.
    4. Deficiente manutenção – participação do pessoal de manutenção (rigger), por inadequação dos serviços realizados.
    5. Deficiente aplicação dos comandos – erro cometido pelo pára-quedista, por uso inadequado dos comandos de seu velame.
    6. Deficiente julgamento – erro cometido pelo pára-quedista, decorrente da inadequada avaliação de determinados aspectos, estando qualificado para aquela atividade.
    7. Deficiente pessoal de apoio – participação de pessoal que realiza os serviços de apoio à atividade (dobrador, catcher, rádio, etc).
    8. Deficiente planejamento – erro cometido pelo pára-quedista, decorrente de inadequada preparação para o salto.
    9. Deficiente supervisão – participação de dirigentes, coordenadores de atividade ou responsáveis por área de salto, por falta de supervisão adequada no planejamento ou na execução da atividade, a nível administrativo, técnico ou operacional.
    10. Esquecimento – erro cometido pelo pára-quedista, decorrente do esquecimento de algo conhecido, da realização de procedimento ou parte dele.
    11. Indisciplina – desobediência intencional pelo pára-quedista das regras de segurança, normas operacionais ou regulamentos, sem que haja justificado motivo para tal.
    12. Pouca experiência – erro cometido pelo pára-quedista, decorrente de pouca experiência na atividade, com o velame utilizado ou especificamente nas circunstâncias da operação.
    13. Outros aspectos operacionais – é a manifestação de outro fator ligado ao desempenho do pára-quedista, não classificado nos fatores contribuintes conhecidos na área do Fator Operacional.

Nota:

  1. Indeterminado – quando, mesmo sabendo-se da existência de algum fator contribuinte, este não foi identificado.
  2. Outros – é a contribuição de algum aspecto não identificado com qualquer fator contribuinte conhecido.

 

  1. INCIDENTE EM PÁRA-QUEDISMO: Toda anormalidade envolvendo pára-quedista em atividade de salto, que não chegue a se caracterizar como um acidente, mas que afete ou possa afetar a segurança do próprio pára-quedista ou de terceiros.

 

  1. INCIDENTE GRAVE: Incidente ocorrido sob circunstâncias em que um acidente quase ocorreu. A diferença entre o incidente grave e o acidente está apenas nas conseqüências. Exemplo: situações que exijam o acionamento do reserva abaixo de 000 ft;

 

  1. INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTE OU INCIDENTE EM PÁRA-QUEDISMO: Processo conduzido por pessoal qualificado para determinar os fatos e as circunstâncias pertinentes a uma ocorrência, de modo a estabelecer os fatores contribuintes para a mesma. O único objetivo da investigação é a prevenção de novos acidentes, por meio da emissão de Recomendações de Segurança. O propósito desta atividade não é determinar culpa ou responsabilidade.

 

  1. LESÃO: Ofensa à integridade corporal ou à saúde de outrem. As lesões são classificadas em:
    1. Lesão fatal – é a que resulta na morte de quem sofreu a lesão.
    2. Lesão grave – é a que resulta em:
      • incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias;
      • risco de morte;
      • debilidade permanente de membro, sentido ou função;
      • incapacidade permanente para o trabalho;
      • enfermidade incurável;
      • perda ou inutilização de membro, sentido ou função; e
      • deformidade permanente.
    3. Lesão leve – é a que não resulta nas conseqüências características das lesões grave ou fatal.

 

  1. OCORRÊNCIA ANORMAL: Circunstância, que não chega a configurar um acidente ou incidente, na qual o equipamento não opera sob as condições previstas, exigindo a adoção de medidas corretivas.

 

  1. PERIGO: Causa potencial de danos ou lesões.

 

  1. RECOMENDAÇÃO DE SEGURANÇA: Estabelecimento de uma ação ou conjunto de ações, de cumprimento obrigatório, em um determinado prazo, dirigida a um determinado órgão (Federação, Clube, Escola, etc), e referente a uma circunstância perigosa específica, visando à eliminação ou ao controle de uma condição de risco.

A emissão de recomendações de segurança é atribuição da CBPq.

 

  1. RELATÓRIO FINAL (RF): Documento formal, baseado nos dados do RELIAP, destinado a divulgar a conclusão oficial da CBPq com relação à ocorrência de um Acidente em Pára-quedismo, visando, única e exclusivamente, à Prevenção de Acidentes.

 

  1. RELATÓRIO DE INCIDENTE (RELIN): Documento formal resultante da coleta e da análise de fatos, dados e circunstâncias relacionadas a um incidente em Pára-quedismo.

 

  1. RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTE EM PÁRA-QUEDISMO (RELIAP): Documento formal resultante da coleta e da análise de fatos, dados e circunstâncias relacionadas a um Acidente em Pára-quedismo.

 

  1. RELATÓRIO DE PREVENÇÃO (RELPREV): Documento que contém o relato de fatos perigosos ou potencialmente perigosos para o pára-quedismo e que permite à autoridade competente o conhecimento dessas situações, com a finalidade da adoção de medidas preventivas adequadas.

 

  1. RELATÓRIO PRELIMINAR: Documento formal destinado ao registro e divulgação de informações preliminares referentes a um Acidente em Pára-quedismo.

 

  1. RISCO: Quantificação da insegurança, através da combinação da probabilidade com a gravidade de ocorrência de um evento.

 

  1. SÍNTESE DE INCIDENTE: Documento destinado a divulgar a conclusão oficial da CBPq com relação à ocorrência de um Incidente.

 

  1. VISTORIA DE SEGURANÇA: Atividade de pesquisa e análise que visa à verificação de condições insatisfatórias e/ou fatores potenciais de perigo que afetem ou possam afetar a Segurança. Tem por objetivo fornecer ao responsável pelo Clube ou Escola, além de uma análise dessas condições e/ou fatores, recomendações de segurança para o planejamento e, principalmente, a execução de medidas corretivas. Visa unicamente à Prevenção de Acidentes.

 

  1. VISITA TÉCNICA DE SEGURANÇA: Atividade realizada pela CBPq junto aos elos do Sistema de Segurança, com a finalidade de identificar as dificuldades existentes no desempenho das suas atribuições e de esclarecer aspectos específicos inerentes à atividade de Segurança.

 

Anexo 2 – Exemplo Subcomitê de Normatização

Marcos Lima Farias de Moura – BABU

Membros convidados:

Ricardo Pettena (a conversar)

Ricardo Araújo (a conversar)

Fabio D´Aguila Pelayo (a conversar)

Eduardo Meirelles (a conversar)

Costinha (a conversar)

Pedro Sam (a conversar)

Pitufo (a conversar)

Beluga (a conversar)

Objetivo(s):

Apresentar um trabalho de atualização do Código Esportivo, Programa AFF, Programa ASL e Programa de Salto Duplo. Através da análise e estudo detalhado de cada um destes documentos e das propostas enviadas pelos profissionais em condição regular com a CBPq. (FEV 2012)

Metas:

– Criar um grupo de profissionais atuantes, tecnicamente capacitados, Que tenham compromisso com a segurança e o desenvolvimento do paraquedismo. Para que, através deles e dos membros dos comitês seja realizado um estudo detalhado dos documentos acima citados e das propostas enviadas. (JUL 2011);

– Abrir um canal no site da CBPq, onde os profissionais em condição regular com esta entidade possam enviar suas sugestões de alteração nos documentos em questão. (JUL 2011)

– Apresentar o projeto da nova versão de cada um destes documentos para que seja referendado em primeira mão pelo Sr. Presidente, pelos membros do CIS e demais comitês e profissionais em condição regular. (JAN 2012);

– Apresentar o projeto aprovado ao plenário da AG para que seja aprovado e homologado. (FEV 2012);

– Disponibilizar no site da CBPq para acesso de todos os paraquedistas em condição regular a nova versão de cada um dos documentos em questão. (MAR 2012).

Início imediato das ações com acompanhamento constante do recebimento e análise das propostas e estudo das normas. 

Justificativa – 1:

O paraquedismo é um esporte em crescente e rápido desenvolvimento de suas modalidades, métodos de formação, técnicas e equipamentos utilizados para sua prática.

Desta forma, as normas que regulam a prática deste esporte devem ser constantemente analisadas, comparadas e se necessário, alteradas.

Este subcomitê pretende realizar um trabalho de análise e atualização das normas que regulam o nosso esporte no Brasil.

Criar um canal onde os profissionais do nosso esporte possam sugerir através de opiniões tecnicamente embasadas, alterações pertinentes para que nossas normas sejam mais atuais e eficientes.

Desenvolvimento:

Tendo em vista que a base do projeto deste subcomitê é de realizar uma atualização de nossas normas. Pretendemos, além dos membros do CIS e dos outros comitês. Convocar um grupo de profissionais, voluntários, que sejam atuantes no esporte e comprometidos com a segurança e desenvolvimento do mesmo. Para que através deles, possamos estudar as normas vigentes e propostas recebidas, visando a elaboração de normas atualizadas.

Vamos disponibilizar através do site da Confederação um modelo de formulário, onde apenas os profissionais em condições regulares vão ter condições de acessar e preencher o mesmo.

Quanto às propostas enviadas através dos formulários, somente os membros do CIS terão acesso a este material. Os colaboradores do subcomitê vão receber estas propostas através de uma ferramenta de reenvio automático do site para seus e-mails. Onde eles receberão as propostas e poderão analisar e dar sua opinião.

As propostas julgadas pertinentes pelos colaboradores e pelos membros do CIS e dos outros comitês, serão envidas para um banco de dados onde serão posteriormente inseridas no projeto a ser apresentado.

Reuniões:

A maioria da comunicação para o desenvolvimento deste projeto se dará através da internet. Mas, pretendemos quando já tivermos uma quantidade considerável de propostas, realizar uma reunião com os membros do CIS, colaboradores do projeto e membros voluntários dos demais comitês.

Esta reunião a princípio, será em Boituva na sala da CBPq.

Prazo:

Pretendemos até janeiro de 2012, apresentar o projeto das novas normas para ser apreciado pelo Sr. Presidente da CBPq e posteriormente pelos membros do CIS, demais comitês e profissionais em condições regulares. Em fevereiro de 2012 apresentar o projeto aprovado ao plenário da AG para que seja aprovado e homologado e em março disponibilizar as novas normas no site da CBPq.

Recursos:

Gostaríamos de solicitar a CBPq a disponibilização de um espaço no site da mesma onde o formulário de sugestão de alteração, que será criado, seja acessado pelos profissionais em condições regulares. E um profissional que possa trabalhar na função de escrevente das novas normas, formatando as alterações que forem aprovadas dentro do texto da norma que será alterada.

Cooperação:

Gostaríamos de contar com a colaboração dos demais comitês, no envio de propostas e análise das propostas enviadas.

Anexo 3 – Exemplo Subcomitê de Segurança na Navegação e Pouso

Nome: Fabio D´Aguila Pelayo

Membros convidados: Ronaldo Tkotz (CPV)

Luciano Miguel da Silva (CEM)

Claussius Sgarbi (CPV)

Nilton Alves (PEPA)

Edu Meireles (a conversar)

Kalay Marques (a conversar)

Renato Gordinho (a conversar)

Objetivos:           Reduzir a quantidade de situações de risco na navegação e pouso

Consequentemente reduzir os acidentes na navegação e pouso

Prazo: início imediato e acompanhamento constante

Justificativa – 1:

Os acidentes na navegação e pouso tem sido a principal causa dos últimos acidentes e o principal objetivo deste subcomitê é procurar oferecer o máximo de informação para que os alunos e atletas tenham maior conhecimento da navegação e do velame que estão usando.

Os velames de uma forma geral evoluíram para “asas” muito mais eficazes com maior planeio e ferramentas de vôo, mas o paraquedista deve da mesma forma conhecer as características destas asas para ter uma navegação e pouso seguros.

Proposta de Ação – 1:

Tendo isto em vista o projeto é criar um material de ensino padronizado em duas frentes:

ALUNOS DE PRIMEIRO SALTO: Em conjunto com o subcomitê de Padronização do Material de Ensino ajudar a atualizar o material padrão com informações mais básicas e diretas na navegação e pouso dando ênfase na segurança na navegação, pois o aluno não está ainda pronto a conhecer todas as ferramentas de vöo do velame.

ALUNOS EM GRADUAÇÃO e ATLETAS: Criar uma “cartilha” de navegação acompanhada da Ficha de Progressão de Velames e Normas para Uso de Velames que deve ser transmitida ao aluno em graduação e também aos atletas em transição de velames.

Justificativa – 2:

Outro ponto que tem colaborado com o aumento das situações de risco é o crescimento das áreas de saltos com o aumento dos velames no céu e a “profissionalização”  do esporte que passou a ser também um negócio e os instrutores tem tido menos tempo para ficar observando o que acontece durante a navegação e pouso.

Precisamos de um trabalho em conjunto com o PEPA.

Proposta de Ação – 2:

Propomos duas atitudes a serem todas:

Emitir um comunicado a todas as áreas de salto orientando que sejam divididos os locais de pouso de velames de alta performance e os de média e baixa bem como definir o SENTIDO e DIREÇÃO do pouso OBRIGATÓRIO em todas as decolagens visando diminuir as situações de risco e cruzamentos no pouso. Os RTAs tem autonomia para criar isto em suas áreas, pois estes conhecem mais as características locais, mas podem também solicitar a opinião deste comitê. Solicitaremos que o RTA envie para o CIS uma foto aérea do local de pouso com as devidas divisões.

Orientar que cada RTA nomeie um (ou mais) auxiliar para que fique na função de “olheiro” durante as navegações. Nas áreas menores geralmente o RTA é um instrutor atuante que estará constantemente dando atenção a alunos e saltando, desta forma não tem condições de ficar observando as navegações. Nas áreas grandes com diversos lançamentos os RTAs também tem dificuldade de observar as navegações e pouso devido a quantidade de lançamentos e também a outras atividades que este executa. Logo este(s) auxiliar(es) observariam as situações de risco bem como podem ouvir opiniões daqueles que acabaram de pousar para então reportar ao RTA que tomaria a atitude necessária.

Também precisaremos do trabalho do PEPA, que poderá nos passar as situações de risco e acidentes relatados para procurar possíveis falhas e pontos que podem ser melhorados nas áreas de saltos.

Modo de operação:

Devido a facilidade da internet acredito que a maioria das ações serão feitas via internet, farei algumas reuniões presenciais com os membros convidados mais próximos e quando possível procurarei os demais membros mais distantes, porém através das conversas via e-mail acredito que temos uma abrangência maior de idéias.

Conforme for elaborando qualquer material irei apresentar aos demais membros do CIS e instrutores que estão nos ajudando para ouvir opiniões e aprimorar as ações.

Uso do site:

Inicialmente o site será usado apenas para divulgar os comunicados e o material de ensino bem como receber as informações do PEPA.

Futuramente poderíamos criar um canal via site específico para comunicado de situações de risco na navegação e pouso com sugestões, porém nesta fase acho que o foco do uso do site deve ser maior para a padronização do material e revisão do código esportivo.

Reuniões:

Podemos fazer as reuniões junto com as gerais do CIS para apresentação do desenvolvimento do projeto

Prazo final:

Prazo para o projeto inicial até meados de Agosto para que seja analisado por todos os membros e apresentado na forma final em setembro.

Os Comunicados para as orientações aos RTAs e Áreas de saltos deve ser apresentado o quanto antes.

Recursos a CBPq

Inicialmente não temos definida alguma necessidade, conforme surgir iremos informar.

Cooperação com outros comitês:

Cooperação direta do CPV e do CEM.

 

CHAMADA DE AÇÃO – URGENTE

– Com o crescente aumento dos acidentes e incidentes na fase de navegação e pouso em todo o paraquedismo, chamamos todos os Dirigentes, Instrutores, Atletas e Alunos para uma ação conjunta de todos buscando implantar uma filosofia de compromisso de todos com a segurança no esporte.

– Os acidentes nesta fase do salto podem afetar qualquer um, portanto é responsabilidade de todos estar atento a estas situações e ajudar a disseminar a prevenção e conhecimento na navegação e pouso.

AOS ATLETAS

– Conhecer e respeitar as regras padrões de segurança, não realizar curvas maior do que 90 graus a partir do momento que ingressar no circuito de tráfego.

– Qualquer intenção de pouso de alta performance deve ser avisada previamente ao responsável pelas atividades e aos demais paraquedistas da decolagem. Pouse em área específica para esta modalidade.

– Estar atento a todos os demais velames que estão na decolagem e se posicionar na navegação respeitando a ordem de pouso dando prioridade para os velames que estão abaixo e levando em conta o tamanho dos velames.

– Realizar sempre uma NAVEGAÇÃO PREVISÍVEL com manobras que possam ser esperadas pelos demais paraquedistas no céu.

– Sempre certificar-se da altura que se encontra e olhar para a direção onde pretende fazer a curva antes de realizá-la para ter certeza que o caminho está livre de obstáculo.

– Curvas maiores de 180 graus não permitem total visão do espaço aéreo que o velame irá invadir, portanto são DESNECESSÁRIAS em qualquer fase do salto. Caso necessite perder altura faça duas curvas de 180 certificando-se da referência entre elas.

– Ajude a disseminar estas informações entre todos os paraquedistas especialmente aos mais novos que estão ingressando no esporte.

– Ao presenciar qualquer situação de desrespeito as normas ou situações de risco procure o responsável pela segurança na navegação e reporte o ocorrido.

– Presenciando ainda uma situação desta natureza pode procurar conversar com o envolvido de forma a orientar o atleta mas sem criar um ambiente de repressão.

AOS RESPONSÁVEIS POR ATIVIDADES

– Disseminar as informações de segurança e padrão de navegação através de Banners, palestras e briefings entre todos que freqüentam as atividades.

– Estabelecer através de SETA em solo a direção e sentido de pouso obrigatório para a decolagem, esta seta deve ser controlada pelo supervisor de navegação, RTA ou um instrutor designado para isto.

– Determinar áreas de pouso distintas para Pouso Padrão e Pouso de Alta Performance. Enviar ao CIS este padrão.

– Designar uma pessoa responsável por assistir e supervisionar as navegações durante toda a atividade de saltos para que este possa observar situações de risco e reportar ao RTA. Esta pessoa poderá também receber as informações dos demais atletas que possam ter presenciado alguma situação de risco. Este supervisor pode ser um atleta experiente, conhecedor do padrão de pouso local e de confiança do RTA. Pode ainda ser revezado no decorrer das atividades.

– Registrar fisicamente as situações presenciadas pelo supervisor com nome dos envolvidos e data.

– Advertir ou suspender (temporária ou definitivamente) os envolvidos em situações de risco registrando também fisicamente.

– Divulgar as advertências para fins de aprendizado de todos e não de denegrir a imagem dos envolvidos.

– Reportar ao CIS as situações de risco através do “Relatório de Prevenção”  já existente do programa PEPA.

 

Anexo 4 – Exemplo Pré projeto de padronização do Material de ensino

Luiz Cláudio Ribeiro Santiago – DIM

Membros convidados:

Todos os instrutores devidamente regularizados poderão sugerir melhorias a fim de termos um único material de ensino em todo Brasil.

Objetivo(s):

Unificar em todo país o material de ensino para os métodos ASL e AFF com apostilas, vídeos e fotos disponibilizados através da CBP para todos os instrutores regulares.

Ter somente a CBP como centralizadora e distribuidora de todo material de ensino para que cópias e modificações sejam usadas em cursos.

Metas:

Criaremos um canal no site da CBP para receber as sugestões e críticas conforme os materiais forem sendo apresentados.

Receber via e-mail ou disco virtual (skydrive, Google docs etc.) apostilas de todas as Federações para que possamos através delas aperfeiçoar o material criando uma apostila única e personalizada pela CBP.

Justificativa:

É comum vermos nas mais diversas áreas, apostilas e materiais diferentes o que resulta em alunos e atletas agindo de formas diferentes diante da mesma situação e isto pode aumentar o risco do esporte.

Com um material forte e único acredito que o nível de segurança será elevado em curto prazo.

Reuniões:

Acredito ser possível resolvermos com a ajuda da internet a maior parte do trabalho, os ajustes poderão ser feitos nas reuniões do CIS ou após as Assembléias extraordinárias da CBP de forma extra-oficial.

Prazo:

O recebimento do material pode ter inicio imediatamente após a disponibilização do canal no site da CBP.

O material final deve estar pronto e ser entregue em Janeiro de 2012.

Recursos:

Precisaremos de um canal no site da CBP para recebermos as sugestões pelos profissionais interessados em colaborar e em dia com suas obrigações perante a entidade.

Cooperação:

De todas as Federações e seus instrutores.

 

Anexo 5- Exemplo Subcomitê de Programa de Salto Duplo

Nome: Gustavo Brisolla

Membros convidados: Zuza (MG)

Marcelo Ricci (SC)

Helio Rubens (GO)

Auri (AM)

Jair (RJ)

Otávio Brasil (SP)

Fabio Pelayo (PR)

Adilson Julião (CE)

Julio Marques (BA)

Babu (RJ)

Objetivos:

1 – Padronizar a operação de Salto Duplo, seus procedimentos, cursos de formação de Piloto de Salto Duplo e material de curso em território nacional, com a participação de representantes de diversas áreas do país.

2 – Implementar e adaptar as normas dos fabricantes de equipamentos na operação de Salto Duplo em território nacional.

3 – Estabelecer critérios, normas de conduta e princípios éticos para Pilotos de Salto Duplo.

4 – Fazer cumprir as normas e regulamentos do CIS e dos fabricantes. Propor mudanças ao Sub Comitê de Normatização para que sejam implementadas no Código Esportivo.

5 – Criar um manual de procedimentos básicos e condicionamento para o Piloto de Salto Duplo

Justificativa:

Devido ao aumento da demanda do Salto Duplo, as normas estão sendo descumpridas, criando situações de risco para passageiros e Pilotos de Salto Duplo, na tentativa de atender essa demanda.

O Salto Duplo é um produto comercial, vendido e trabalhado de forma diferente em diferentes áreas.

O Salto Duplo é a porta de entrada para o esporte e o comportamento do Piloto de Salto Duplo reflete diretamente na impressão que o passageiro leva do paraquedismo.

 

Proposta de Ação:

Criar um canal de comunicação para que todos os Pilotos de Salto Duplo possam se manter atualizados.

Exigir que as escolas cobrem de seus profissionais o condicionamento dos procedimentos de emergência.

Criar ferramentas para que as áreas, escolas e profissionais sigam os procedimentos padrão na operação de Salto Duplo

Modo de operação:

Devido a facilidade da internet e a dificuldade de reunir os colaboradores fisicamente, vamos criar um grupo de discussão no msn e marcar um horário para que todos estejam online ao mesmo tempo para que possamos elaborar o plano e discutir simultaneamente.

Uso do site:

O site será utilizado apenas quando o Programa de Salto Duplo estiver pronto e  devidamente aprovado.

Reuniões:

Podemos fazer as reuniões junto com as gerais do CIS para apresentação do desenvolvimento do projeto

Prazo final:

Prazo para o projeto inicial até o final do mês de Agosto para que seja analisado por todos os membros e apresentado na forma final até o final de setembro.

Recursos a CBPq

Criar um fórum de discussão aberto apenas a profissionais.

Cooperação com outros comitês:

Não é necessária a cooperação de outros comitês.

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